1 de junho de 2007

já ontem te dizia em silêncio

território negro de queimadura antiga em que tento equilibrar-me
sinto as forças marés que me deixam abandonado na tua indiferença
junção de vontades tão contrárias
numa corrida contra o passado interminável
numa fuga a um futuro possível?

o gelo característico do amor obssessivo
o absoluto como tangível
o desprezo pelo nosso amor este
o ódio acumulado que acumula
o desespero fácil da insegurança
o medo sempre
o medo e o horror da perca inevitável
inolvidável
o medo insondável do nosso fim
o medo permanente do meu fim em ti

quando acordo és tu que me faltas
quando me desacordo és tu que não beijo e que não acompanho ao desconhecido
no limbo és tu que vou desesperando nesta merda de sentimento egoísta e castrador de nós
é assustador mas belo como me invadiste
como te sei sem te conhecer
és algo nas minhas entranhas e na minha mente
perco-me ao tirar os olhos de ti e reencontro-me na tua voz

início de vida nova em cada dia novo

Sem comentários: