29 de junho de 2007

a luz negra que não ilumina

hematoma amnésico
caixa embalada na formatação
prédio destroçado
na ruína do passado esquecido
folhas caídas na primavera
do desespero
e do desprezo

as ligaduras começam
a falhar o som
e as palavras

o curativo esquece
o sangue seca
e as veias murcham
o metal toma conta
do pensamento
e da língua
viperina porque inerte
o fel substituto
da razão

e porque não ligas
as feridas
é possível que esteja já fechado?

entra
está aberto
mas olha onde pisas
a areia é movediça
e está com fome
de algo que seja
vivo

o aviso é breve
nunca ninguém aqui passou impune
e a lua não descansa

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