20 de setembro de 2007

a room in rotterdam

lounged moments of well being
in a room with the smaller view
the trees cradle the streets
but the winds rock a curfew
the windowsill thought up
and a sun disappearing nights
a blank stare, broken records
a memory and faded lights
a bridge of iron futures
overlooking emptiness whole
leaps of faith abound here
with burdens of dirty holes
life has found a bitter way
still one full of crowded rooms
around us the hell hounds stray
in the night the darkest blooms

5 de setembro de 2007

partidas e chegadas

partidas e chegadas
memórias remendadas com fios de absoluto
e o vazio alonga-se até ao brusco desaparecer

o bairro nocturno
caixotes do lixo cheio
garrafa de sonhos
e a verdade é nossa

paragem obrigatória
e a mentira ilusória fica para trás
entre o sangue e a carne e o betão

1 de setembro de 2007

morto vivo

as palavras não existem
mas matam na inabilidade

é o sentimento do desespero absoluto
que me encharca a noite
a luz do túnel invisual
mantém-se trémula mas viva
e chega-me para saborear
as lágrimas mais verdadeiras

ainda não inventei as palavras
que te descrevam o vazio
e me mostrem o caminho

afogo-me e sobrevivo
queimado respiro
morto vivo