30 de junho de 2007

esplanada

o sol não me chega para te iluminar a ausência
a tua oferenda queima-me a pele branca
cicatrizada no vácuo
a caixa amarela da solidão acompanhada
olha para mim com olhos carentes
agarro-a mas não me desfaço dela
o piano já chegou à hora morta
e como desejava que o ouvisses como eu..

o viaduto não me dá descanso ao olhar
mesmo quando na sombra o pouso
para não ver mais
a multidão já forma um círculo
perfeito na invasão
e o tango surpreende-me inesperado
no esperado fim da minha viagem autista

são estes os teus momentos que não partilhas
longa pausa analítica na procura de percepções
e ainda assim o peso é demasiado para as palavras

Sem comentários: