31 de maio de 2007

névoa

névoa que rodeia a serra fugidia
frémito que augura algo
penso-te há duas horas
acordaste ao meu lado
o hábito de te sonhar está já enraizado

sem a tua presença sinto o teu cheiro
já parte do meu sistema
nervos procuram os teus nervos
mãos procuram-te sem te encontrar
anseiam por outro toque que não o solitário
olhos abrem a tua imagem ao fecharem sobre o mundo
lábios sentem a tua ausência dolorosa
tremem na tua lembrança
corpo necessitado dessa dose

o sol aparece
a névoa dissipa-se
tu não

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