11 de maio de 2007

rua da morte, nº 0

saio então para a rua
desvio-me dos cadáveres
e procuro a minha luz em ti
esqueço tudo o que sofri
e renasço assim em ti

já me tinhas dito que era tarde demais
o amor que em ti morreu já não volta mais
mas eu sei que o impossível acontece
mesmo sem deus para ouvir essa prece

pausa analítica..
a bílis reaparece como sempre..
dois dias depois..

já não sei o que diga mais
um milhão de atrasados mentais
vivem no interior da minha mente
fecunda schizo paranóica doente
dá-me um dia uma hora uma vida
que esta coisa que sou nunca mudará
sempre em constante desatino
é fatal remetido ao destino
que me escorre para o esgoto
sou um monstro um monstro
cuja vida não vale uma punheta
chaga do mundo que não é meu
parido por uma qualquer puta
que em vida não desiludi
e em cuja morte continuo a cuspir

é como amar
é como matar
é como viver sem antes nascer

saio então para a rua
invisível para melhor fugir de mim
encontro-te então a ti
o desejo morreu em ti
e a vida morreu em mim

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