19 de maio de 2007

mãe

nota curta na memória esquecida
és tu assim na minha história poluída
por anos de auto degradação
chega de mental masturbação
equipamentos em vão produzidos
carregam cadáveres a mil paridos
chorados desprezados esquecidos
carentes acidentados suicidas
já te chorei demasiado sem saber que eras quem me faltava
na minha alma sempre foste quem de fora ficava
lírica diarreia eterna sem te conhecer
afectiva asfixia sem te poder esquecer
na verdade estás sempre no meu ser
sinto ainda que te estou a dever
horas e dias e noites
do nosso passado
ler e reaver e te conhecer e saber
quem era esse teu ser
que me pariu num passado
longínquo esquecido e gasto
é esta agora a hora de renascer a tua memória
e esse poço escuro abjecto tornar história

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