17 de maio de 2007

em ti

é como choques eléctricos
papel em branco cheio de ti
à margem do que me fugiu

és doença boa repentina
esquina de rua estreita e quente
tenho vício de ti
carocho terminal no teu (desas)sossego

nesse teu livro leio-me quem sou
o medo foge para ontem
e o desconhecido mostra os dentes
menos amarelos

trepidação momentânea
perfume alucinante
alugo nova alma
tentativa de saber o teu tamanho
serve-te talvez?

tenho já menos de mim
e mais também
Ares, isto sou eu..

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