cambaleio e dou por mim no passeio, do lado contrário da estrada.. como vim aqui ter? não me lembro de fugir aos carros que passam velozes.. foi o desconhecido que me chamou entre nuvens áureas de sonhos perdidos? ou o esquecimento caído na garrafa?
olho para trás como quem procura o passado, mas não reconheço o caminho desaprendido na mitigada névoa alcoolizada.. os vómitos antigos chegam-me ao olfacto destreinado e fujo de mim novamente.. cambaleio por este novo passeio, sem saber onde vou, apenas de onde fujo..
o sol não me acorda ao despertar a cidade carente de vida.. o beco onde descanso é estéril de outros seres menos rastejantes e ouço as vozes ao fundo dos olhos fechados.. não falam de mim mas de gente, essas coisas que julgo ver pelos cantos dos olhos, fugindo também mas noutras velocidades e direcções.. tento levantar-me e caio..
está vazia a alma que bebi avidamente, num torpor demente, sem conseguir enganar o legionário guardião.. o sol queima-me a face e a mente desligada vislumbra razão, por instantes alucinados e assustadores.. a violência desmedida da memória leva-me de novo à estrada.. e novas memórias nascem..
...
vítima e carrasco, agora é ele quem cambaleia noutros passeios..
18 de julho de 2007
passeios
Vomitado por saenima às 19:54
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2 comentários:
olá. gostei. vou ler.
eu não sei comentar textos poéticos. gostei, fiquei triste e angustiada.
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