11 de julho de 2007

dentro do exterior interno que queima

sorrio e aceno olás e deuses
siameses na indiferença
..as entranhas queimam no gelo..
sinto-me bem, perto de ti
estou aqui bem
este sol é agradável
..o diálogo cauteriza o sentimento inerte..
vamos fazer qualquer coisa
para despedir esta apatia
e dizer olá a novos dias
..mas este sol não desaparece para sempre no adeus simples e conciso?..
o movimento significa
quando a esperança
é toda
e a coisa-alma
é algo
..morri em tudo que não fui..
mas a vida torna-se uma cólica
o intestino esbraceja
e os parasitas são cegos
..sorri a tudo o que não fui e morri de velho..
estamos por aqui
o rio parou e abandonado
o barco vomitou gente
que não sabia nadar
mas salvaram-se?
..o caixão cor de cinza e espessura de terra morta..
aqui ficamos, orgulhosos
do que não aprendemos
..a brisa solta-se amena e o mar acolhedor é meu..
os anjos ejaculam na nuvem
sémen estéril e gasto de uso amorfo
o relógio marca a hora menos um
e saltamos de novo para o barco
sem leme nem estibordo
nem estrelas que alumiem
..o céu chama-me e subo leve, ícaro renascido no esterco do fim..
juntos nascemos

2 comentários:

Susie disse...

gosto deste, mas não o compreendo. parece que há uma dicotomia muito grande. num momento pareces insatisfatoriamente realizado, mas no fim, rematas com aquela frase e depois fico sem perceber nada. é para não perceber? importas-te de me dar alguma luz? mundobliquo@gmail.com

paula disse...

eu sabia que tinhas para isto.parabens sergio!!!