13 de julho de 2007

jardim nocturno

é lento o desenrolar da noite
como num pêndulo partido
desconcentrado de mim
pela enésima vez
mentiras!

absorvido pela sordidez
e pelo recato do intelecto
não passa por aqui a busca
de outra coisa que não
o estupro da alma

sinais
apocalipse suicida
as térmitas passeiam livres
sob o corpo desistido
e os sinais cegos

a metempsicosis do ego terrorista
frustrada

desconhecimento de causa
dessa vida heróica
sem falsas contemplações
nem anódinas masturbações
egocêntricas

há causas que se tornam efeitos
quando o medo passeia sozinho
de mão dada com a raiva
e é nas horas do jardim despido
que as sebes desmoronam
o labirinto imberbe

os portóes cerrados
escondem o contrabando declarado
na cobardia muda

chega a luz que nada altera
depois de noites todas
numa só

1 comentário:

david santos disse...

Adorei teu trabalho, meu amigo. Continua.
Tem uma boa semana