22 de julho de 2007

nós

insanidade ocupa-me
o tempo livre
os tremores
faz como se não os visses
faz de conta que está tudo
como deveria ser
a natureza nasce comercializada
o homem finge o sonho
na luz negra da pastilha
e nós existimos

nós

como se isso me fosse possível
agarrar o externo sentimento
e dele fazer algo inteligível
palpável
sistemas imunitários
paralelos e perpendiculares
que se destroem
na ausência da carne
e na ausência da alma

não sei como sentir-te
de outra forma
sem sangue a palpitar
entre o nosso espaço
que se dilata
e se escoa no tempo
da minha cobardia

Sem comentários: