para quê mais palavras?
28 de julho de 2007
nick cave and the bad seeds - as i sat sadly by her side
Vomitado por saenima às 21:14 0 reacções
intro/outro
aceleração repentina
trip paranóica emoldurada
por latidos surdos
impulso animal
areias ondulantes
garagem de esquema
mohammed qualquer coisa
alarve de viagem
sentimento qualquer
e espírito incerto
ansiedade nostálgica e estrangeira
o espaço como perdido
alucinação
doom..
perfeição
renascer assim sem o esperar
e algo diferente encontrar
outros ritmos e latitudes
o ambicionado destino tão próximo
e em simultâneo temido
porque existe
de novo a angústia insuportável
e raios de esperança
jorram-se a mim
a melancolia envolvente
não esconde as dúvidas
sobre o propósito
mas o épico nasce
e toldado encontro-me
não de surpresa sou capturado
aterragem adormecida
sem perguntar o caminho
Vomitado por saenima às 03:23 0 reacções
26 de julho de 2007
pedaços da fuga
as luzes soltam-se como acordes de piano
e o murmúrio da minha voz suspende-me
o plano era a fuga mas desencontrámo-nos
o holofote foca-te e assustada olhas para dentro
nada vês além do vazio
que me conseguiste impingir também
em mútuo consentimento
mas os cães farejam até os medos inconfessáveis
e o teu vestido que te ficava a matar-me o olhar
e os sentidos
jaz desprovido de carne
no arame farpado me enredei
e não mais saí
esquartejado, em gumes de sangue me esvaí
Vomitado por saenima às 23:32 1 reacções
2+2=5
são os sentidos que se apagam
quando a bobine desfila sonhos
e é essa coisa-alma, acesa por dentro
que ilumina aquilo que resta dos escombros
que ficaram, sem rodas nem lagartas
para os ultrapassar,
rastejo como um verme
mas não me sujo
as minha mãos estão limpas
e o cabelo livre do sabão queimado
não percebo o esperanto desta jaula
nem porque me falam nisso
enquanto a babel cresce sem pausas
regada por sóis quixotescos
que não vêem o que irradiam
paradoxo do winston de orwell
derrotado à nascença
é a negação da carne que me entrega
nas mãos do partido
e sim, digam as palavras
o que desejarem,
dois e dois sempre serão cinco
Vomitado por saenima às 19:14 1 reacções
nine inch nails - march of the pigs
porque me apetece partir tudo :P
puro génio narcisista..
Vomitado por saenima às 02:23 0 reacções
25 de julho de 2007
interpol - the lighthouse
o vídeo é o que é, vale pela música.. e vale muito..
para apreciar fora do tempo..
Vomitado por saenima às 22:23 2 reacções
influenza
a jam with my own mind, together racing at the prize
into a golden myth in stone that darkens whole in time
recesses spill Munch´s lust for the horror inside
and Lynch´s throwing me poetic dimebags in abstract textures
light and sound united against reason
leave for the interzone where everything has a feel
and the agents of orange become one with reality
dance alone from reaches unknown by no man alive
those rapa-nui had it all, both space-time and will to take the veil unwrapped
i tackle the white ones and write it on the wall
afective interventions spill out from the spray and the gray becomes frail
under the bright lights, colors that tell stories unbound by any knowledge
the cave leaves me in awe, industrial mesh of raw
seeds of life in tow with art as centerfold
and a german madman empties verve and soul into the blank of god
he dies alone but whole
the junkie king torned between a world of his own and the one which is sold
like the 101 in us
happy when it shows up, along this void we built with smiles and glitter, again and again frittered
smoke a thousand cigarettes, still life finds a way
inhale millions of words,the damned will find a way
and the lizard awaits with a scotch embedded in sweet mescaline
pure and dirty boots shredded from roaming eternity..
Vomitado por saenima às 02:39 0 reacções
22 de julho de 2007
nós
insanidade ocupa-me
o tempo livre
os tremores
faz como se não os visses
faz de conta que está tudo
como deveria ser
a natureza nasce comercializada
o homem finge o sonho
na luz negra da pastilha
e nós existimos
nós
como se isso me fosse possível
agarrar o externo sentimento
e dele fazer algo inteligível
palpável
sistemas imunitários
paralelos e perpendiculares
que se destroem
na ausência da carne
e na ausência da alma
não sei como sentir-te
de outra forma
sem sangue a palpitar
entre o nosso espaço
que se dilata
e se escoa no tempo
da minha cobardia
Vomitado por saenima às 01:48 0 reacções
20 de julho de 2007
diário de um tasko-dependente, 3
in taska raska
agarro o vinho e fujo
esta vida que aqui levo é minha!
grito no desespero da lentidão
de quem se sente preso
antes da fuga
mas o dia é também meu
pois consigo com o néctar escapar
e a balbuciar coisas sem nexo
verto nos lábios a esperança
de um filme diferente, com final feliz
sem estrelas secundárias
a interromper o monólogo
sentado já na ressaca
da permanente secura de bêbedo
incendeio um cigarro
com a alma ainda em ferida
mas a cicatrizar
olho pelos cantos do fumo
e não vejo tristeza
a navegar perdida
adormeço e regresso
ao cais da partida
Vomitado por saenima às 05:10 1 reacções
18 de julho de 2007
passeios
cambaleio e dou por mim no passeio, do lado contrário da estrada.. como vim aqui ter? não me lembro de fugir aos carros que passam velozes.. foi o desconhecido que me chamou entre nuvens áureas de sonhos perdidos? ou o esquecimento caído na garrafa?
olho para trás como quem procura o passado, mas não reconheço o caminho desaprendido na mitigada névoa alcoolizada.. os vómitos antigos chegam-me ao olfacto destreinado e fujo de mim novamente.. cambaleio por este novo passeio, sem saber onde vou, apenas de onde fujo..
o sol não me acorda ao despertar a cidade carente de vida.. o beco onde descanso é estéril de outros seres menos rastejantes e ouço as vozes ao fundo dos olhos fechados.. não falam de mim mas de gente, essas coisas que julgo ver pelos cantos dos olhos, fugindo também mas noutras velocidades e direcções.. tento levantar-me e caio..
está vazia a alma que bebi avidamente, num torpor demente, sem conseguir enganar o legionário guardião.. o sol queima-me a face e a mente desligada vislumbra razão, por instantes alucinados e assustadores.. a violência desmedida da memória leva-me de novo à estrada.. e novas memórias nascem..
...
vítima e carrasco, agora é ele quem cambaleia noutros passeios..
Vomitado por saenima às 19:54 2 reacções
16 de julho de 2007
lá fora
chegam-me aos ouvidos doces cantos de sereias policiais
ecoa no ar cinzento a leveza etérea das nuvens
que não descansam os raios da persistência
os néons destroem toda a absolvição possível
da lua encardida pela cegueira citadina
e os pontos negros do céu feio de tóxico
esquecem-se de vir à festa
não têm convite
mas podiam saltar por cima do mundo
para junto de quem já tem saudades
de os admirar na distância inóspita do tempo
são as canções do silêncio as que mais queimam
na ânsia, na chama de viverem fora da jaula
são as canções que não se cantam porque doem
e são as noites que as imaginam
nas solidões avulsas
e nos espelhos vazios de reflexos
as histórias têm finais por vezes
ou então ficam em vida aberta ao engano
e às hipóteses irrealizadas
mas são os finais que cicatrizam
os cortes do papel
na janela que está do lado de fora
o vidro é mais baço do calor
a ampulheta mais apertada
e a avenida não é beco sem saída
os pontos negros estão lá afinal
mas falam baixinho já
como quem não conhece o mausoléu
nem a sua hospitalidade
Vomitado por saenima às 22:25 0 reacções
valhalla em fuga
o tempo esquivo corta paisagens anónimas
na viagem para um lugar longe, longe
um outro lugar onde a fuga parece possível
e onde as lâminas cortam mais à flor da pele
onde a vertigem não assusta nem teme
a queda
aquele sítio nosso que não conhecemos ainda
mas que desejamos ardentes
como a vida que se desenhou
nas possibilidades infinitas
que não tiveram lugar
entre os medos autistas
e os sonhos desfeitos
mas que a malévola esperança
diz ainda a pulmões cheios
e menos nicotinados
é esse o destino que se mostra, sereno
quando dele não me escondo
Vomitado por saenima às 14:01 0 reacções
13 de julho de 2007
jardim nocturno
é lento o desenrolar da noite
como num pêndulo partido
desconcentrado de mim
pela enésima vez
mentiras!
absorvido pela sordidez
e pelo recato do intelecto
não passa por aqui a busca
de outra coisa que não
o estupro da alma
sinais
apocalipse suicida
as térmitas passeiam livres
sob o corpo desistido
e os sinais cegos
a metempsicosis do ego terrorista
frustrada
desconhecimento de causa
dessa vida heróica
sem falsas contemplações
nem anódinas masturbações
egocêntricas
há causas que se tornam efeitos
quando o medo passeia sozinho
de mão dada com a raiva
e é nas horas do jardim despido
que as sebes desmoronam
o labirinto imberbe
os portóes cerrados
escondem o contrabando declarado
na cobardia muda
chega a luz que nada altera
depois de noites todas
numa só
Vomitado por saenima às 11:49 1 reacções
12 de julho de 2007
carta
abrimos os nossos mundos um ao outro
escapa-me ao controlo que o meu esteja mais repleto de coisas feias e mudas
não é razão para que me mostres os dentes rombos
como se a dor por eles não perpassasse na mesma
diz-me o quanto me queres ver desaparecer
para que o faça de uma vez por todas
e num instante repentino destruir este limbo
que me enlouquece a velocidade de cruzeiro descontrolado
não tenho armas nem táctica para esta batalha
nem quero este inimigo
o silêncio devastado
a minha distância apocalíptica
neguei-a por ti e agora sinto-a ressurgir
no fumo dos corpos abandonados pela incoerência
das verdades engorduradas pela mágoa
que escorregam céleres entre os escombros
ninguém sai impune da vida
Vomitado por saenima às 12:21 3 reacções
no alpendre
a fuga possível de nós
estreia de novo alpendre viajante
onde nos encaracolamos
e dizemos adeus a coisas
que não mantemos
disponíveis
é a manhã cósmica
que nos vem adormecer
e deitar entre estrelas caídas
e outros astros esquecidos
nas ânsias de movimento
que nos assaltam os corpos
uniformes civis
e o sorriso falso das inverdades
não nos disturba o sono
nem nos torna menos real o sonho
são histórias reportadas
pela alma vazia
do rufar dos tambores
ancestrais
Vomitado por saenima às 11:53 0 reacções
viagens..
faca anónima de gume triste
as palavras magoam a saliva que cospe cega
e corta o vazio entre nós
é o desencontro das almas afiveladas
a sorrisos amarelos o que mais dói
e mais o nada acerca
estou aqui mas não existo
e o sangue não me fala
e a carne enganada pela mentira
do silêncio
está casebre demolido
de bairro social
habitado por junkies obliterados
e de memória falha
vilão do meu próprio filme série b
marginal a cinzento
terceira cor do binómio
e negociador da paz podre
entre o ódio e a raiva
e o barco negreiro
que não se afunda nunca
corrói-me o esqueleto esponjoso
são miragens que matam
oásis peneirados de água
e dunas entrecortadas
num horizonte bem próximo
de casa
Vomitado por saenima às 00:57 0 reacções
11 de julho de 2007
dentro do exterior interno que queima
sorrio e aceno olás e deuses
siameses na indiferença
..as entranhas queimam no gelo..
sinto-me bem, perto de ti
estou aqui bem
este sol é agradável
..o diálogo cauteriza o sentimento inerte..
vamos fazer qualquer coisa
para despedir esta apatia
e dizer olá a novos dias
..mas este sol não desaparece para sempre no adeus simples e conciso?..
o movimento significa
quando a esperança
é toda
e a coisa-alma
é algo
..morri em tudo que não fui..
mas a vida torna-se uma cólica
o intestino esbraceja
e os parasitas são cegos
..sorri a tudo o que não fui e morri de velho..
estamos por aqui
o rio parou e abandonado
o barco vomitou gente
que não sabia nadar
mas salvaram-se?
..o caixão cor de cinza e espessura de terra morta..
aqui ficamos, orgulhosos
do que não aprendemos
..a brisa solta-se amena e o mar acolhedor é meu..
os anjos ejaculam na nuvem
sémen estéril e gasto de uso amorfo
o relógio marca a hora menos um
e saltamos de novo para o barco
sem leme nem estibordo
nem estrelas que alumiem
..o céu chama-me e subo leve, ícaro renascido no esterco do fim..
juntos nascemos
Vomitado por saenima às 20:05 2 reacções
10 de julho de 2007
cocktail
vertem-me pelos olhos adentro
as cores invisíveis
que te anunciam
alto e bom som
és jazz e blues
e música experimental
vampiro da pele
os caninos sedentos
esfolam palavras verdades
e apagam o dicionário
à luz do medo
letal o cocktail
porque demasiado verbal
na ausência de diálogo
Vomitado por saenima às 23:50 0 reacções
relógios parados
desvanecido num mar de coisas
pilhagem frustrada do absoluto
que se almeja
são os gumes rombos
que sangram
nada
são os ecos
que enchem o cálice
partido
os relógios parados
e o puto revolta-se
mas não sabe
o que é isso, a revolta
apenas a fuga
a preguiça do fim da inocência
rolamento partido
a roda rola no vazio
e chia alto
Vomitado por saenima às 03:01 0 reacções
9 de julho de 2007
némesis
nem consegues já olhar
o nojo que és
falas na terceira pessoa
como se fosses um insecto
que desejas pisar
sou eu
a tua némesis
o teu sonho acordado
aquele de quem foges
na luz acesa
e a quem no escuro
te entregas
as caixas formatadas
a fita cola
olham para ti
e desfazem-te as entranhas
no medo da permanência
e no olhar esgazeado
do desespero
é o vento quem te salva
por instantes
mas é apenas na noite
que existes
e és..
sim, sou eu
falo-te para que não te esqueças
da promessa que a ti fizeste
de nascer
Vomitado por saenima às 16:42 1 reacções
haiku primaveril
o sangue nasce
a carne fica, pára
impune, sorri
deus calado, vê
não chora pois os mortos
vingam os vivos
a terra cinza
e o céu abre falhas mil
adorno a fuga
jaz vil a razão
a tempestade fiel cai
falsa memória
apago os olhos
a mente voa sem nuvens
morro sozinho
Vomitado por saenima às 01:37 0 reacções
8 de julho de 2007
dicotomia do ser
és o cancro
que tudo destróis
qual parasita supérfluo
és o poço
onde o amor cai e desaparece
e a razão não tem razão
nunca
és terra estéril
por onde o vazio
vai semeando nadas
e colhendo ódio
és a merda do mundo
repositório de ti mesmo
e daqueles que com fervor
inexplicável odeias
és o lixo que pisas
sem olhar o chão
és isto que olhas
no espelho rachado
pelo grito que nunca saiu
e que vais remendando
com os dedos em sangue
és orgasmo fingido
coito interrompido
és o amor esquecido
que te foge
sempre que corres para longe
és o nada que temeste
que te apagou o pensamento
e abreviou os sentimentos
és este pouco
que nem reconheces já
Vomitado por saenima às 21:26 0 reacções
6 de julho de 2007
noite fora
é a queda do absinto
que me faz ver
cores que são só uma
noite de algazarra e perdidos
encontramos caminhos novos
por onde nos perder
clandestinos da vida
e heróis de filmes a grão
ladeiam as entradas
por onde saímos do frio
e da maior solidão
as janelas que nos olham
e nos bebem a cerveja com os olhos
estão lá!
fazem parte da pintura
e dos pintores
e da noite por eles traçada
a cores e música e vozes
e álcool
e é dioníso
quem nos dá a mão e nos guia
para não nos perdermos
Vomitado por saenima às 20:11 0 reacções
tempestade
a neve afunda-me os pés
e o hálito quente não me chega
para esta noite enterrada
num caixão atraente
mas desprovido de sentido
e nem a lua distante me dá guarida
é perdido no meio do frio
e dos pedaços de vazio
que me molham a face seca
que avisto o teu telhado
e o teu fumo espesso e quente
não tenho a chave
encosto a minha alma â porta
mas o peso ainda assim não chega
para derrubar a liberdade
que carregas no calor
do sangue
arranho e desespero
esmurro o medo
mas ele não quebra
esperneio e esbracejo
estou surdo e cego
para a lareira que queima sem o amanhã
da minha cegueira
e da minha surdez
fico mudo â janela
como quem espera
pelo placebo
o reflexo no vidro
não me responde
ao que não pergunto
e a neve cai molhada
Vomitado por saenima às 11:44 0 reacções
4 de julho de 2007
os putos
os putos roem o tempo
e galgam o mundo
cozem ressacas ao sol
passageiro
e os instrumentos que tocam
são mudos
na esquina de uma vida
à espera
da rua larga que não chega
da viela conhecem os recantos
e as sombras
e os vizinhos quentes
e comestíveis
a lua acompanha o sono
descoberto do manto da esperança
ou o oleado é fatal
os sonhos não passam da ombreira
e matam de esguelha o presente
e quem não vê?
e quem não ouve?
somos nós que vivemos
e somos nós que esquecemos
porque não temos a força
dos putos
Vomitado por saenima às 15:22 0 reacções
saldos
o açaime arranha-me
tolhe-me os movimentos
e os amanhãs
é tortuoso o labirinto enfrentado
e tem raiva de quem lá entra
a alma está em saldo
mas ninguém compra
nem quem por lá passa
e gosta do que toca e vê
as cores são poucas
mas as tonalidades infinitas
o modelo está fora de moda
e não cabe na realidade
enfentado o medo
o que resta?
o vazio completo da derrota
ou o sabor do nada?
Vomitado por saenima às 12:16 0 reacções
3 de julho de 2007
soltas à beira mar
o mar está pacificamente revolto
anátema familiar
a rede não capta porque vazio
...
não necessito ler-te o olhar
apenas aperceber a fuga ao horizonte
Vomitado por saenima às 18:24 0 reacções
o teu amor espraiado
neste lugar estranho
que habita a minha alma
e que vieste ocupar sem renda
nem prazos
estava prestes a enfrentar
aqui e orgulhosamente só
a bola maciça da destruição
sem retorno
o devoluto coração meu
desabou no espaço vazio
que em ti encontrei
e agarrei
o jornal não me dá notícias
a televisão avariou a vida
a música não saboreia
a solidão
apenas o silêncio ofuscado
e o branco que escureço
me dizem o teu amor
espraiado
Vomitado por saenima às 18:19 1 reacções
débil verbal
esse desprezo que sentes por mim
nasceu onde?
da desilusão?
não que eu não conheça já esse olhar
mas não o pensei ver em ti
tão cedo pelo menos
a cobardia da escrita
em vez das palavras
compreendo-te afinal
arquivo ?
Vomitado por saenima às 18:17 0 reacções
mas
contido em todas as histórias
que merecem ser contadas
existe um mas
inultrapassável este?
fica a questão assim no ar
à espera da resposta que não conheço
as duas pedras que se acordaram
com o nosso encontro
reencontro?
menires esverdeados do tempo alheio
que se lançam na correria da vida
redescoberta
descoberta?
presságio de coisas finais
e repetidas porque não sabemos
como não fugir
seria bom no entanto
que tudo ultrapassasse
o domínio da habitual alucinação
e algo tangível surgisse
do nada que eu criei
do nada em que me tornei
estados de espírito paralelos
para que me amas quando me odeio?
Vomitado por saenima às 18:10 0 reacções
the ones that get stronger
driveway of my desire
always u-turns not found
can´t turn back from you
past mistakes inside abound
still can´t learn anything
is it a dream? is this real?
always more songs to lament
cut the sound change the reel
the songs that are never sung
the words that are never spoken
the hearts that are always broken
are the ones that get stronger
pathway to a forsaken land
a romance to get lost in
still wounds are never mend
and the romance dies within
i still can´t seem to learn
you´re a dream are you real?
always this fucking lament
kill the sound burn the reel
the thoughts that are never free
the heart that´s always in me
the songs that are never sung
the words that are never spoken
my heart´s always the broken
and still i can´t get stronger
Vomitado por saenima às 18:03 0 reacções
cantilena
tardes noites dias sem fim
nesta manhã nevoenta
mais um dia que não passa pela alegria
e felicidade de sentir algo
perfeitamente bom
sem merdas sem dúvidas
sem porquês
a paz portanto
o rato que rói a rolha da garrafa..
cantilena foda-se
outra cantilena que não esta
preciso de nova banda sonora original
para o género terror da prateleira
a que volto vezes sem conta
mas não fico sem cartão?
não me barras a entrada?
ensina-me novas canções
por amor
Vomitado por saenima às 17:58 0 reacções
verde curto
és verde e pareces uma boa queca
esse cabelo curto e essa voz descompassada
e sumida a pedir-me lume depois
da mútua observação em passo apressado
estás a fumar aguardas algo parece-me
levanto-me ou escrevo-te na distância
um elogio e uma pergunta são técnicas
que aprendi na já longínqua infância
...
levantas-te então de repente e nada fiz
e entras no vermelho que vestes por fora
esse teu corpo que era doce chamariz
tem travo amargo da eterna demora
quem sabe se nos vimos pela vida fora
sei que te fodia assim sem mais pensar
difícil mesmo é arriscar uma derrota
vida torta que me deixa a divagar
Vomitado por saenima às 17:52 0 reacções
miradouro
a percepção que tenho é a da raiva
omnipresente e sempre crescente
a vida que vejo para trás engole-me
o futuro que fiz por manter ausente
não serás tu que mudarás o presente
o céu encoberto deixa-me um espaço vazio
que agarro e mordo com unhas e dentes
a tua lembrança esconde-me ainda o frio
mais um cigarro que me saliva o palato
e mais um dia que nasce sem mais porquês
as torres distantes perguntam-me o olhar
mas não sei porque da melancolia à mercê
aqui neste meu miradouro que já foi nosso
nem que por instantes nunca compreendidos
a batida e as palavras a cuspirem sangue
ao meu juntam-se quatro corações fodidos
o meu teu nosso anel esquecido na pressa
de quem salta do sono para o pesadelo
a estufa aguenta-me o olhar sempre baixo
o céu encoberto cola-se agora à pele
mais uma vez arrisco olhar o horizonte
o que vejo mata algo profundo dentro de mim
não será este o caminho possível da salvação
os demónios que usam esta alma dão-me o fim
Vomitado por saenima às 17:43 0 reacções
in the shades
the hallucinogenic power
of the honey we force
upon ourselves, it just
empties itself, and strokes
a chord upon the shelf
look at the horizon
and see what´s not there
wallow deep in the poison
swallow the pain and fear
the accidents we parry
still scar the interior
and mistakes we carry
will take us far deep
upon the growing hate
hide it in the shades
live it in the shades
straight out to kill it
no more holes to stay in
straight out to kill it
Vomitado por saenima às 17:37 0 reacções
1 de julho de 2007
tu
nunca imaginei conhecer alguém como tu
não é em vão que em ti perdi a razão
e qual coisa estranha que se entranha
e toma conta deste ser como uma visão
alucinada e drogado em ti como estou
o discernimento a realidade apagou
és vida alma sentir e tudo em mim
em ti procuro dos meus dias fazer fim
completa sensação de conhecimento
mútuo e perfeito esclarecimento
da razão da respiração e do coração
ainda bater com força e tesão
renovada apoderado pelo teu cheiro
e olhar e saber e tocar estou cheio
de ti e dessa alma que me toca e renova
e sem dificuldades a minha prova
não te sei dizer em poesia pura
o que te amo e falto e ainda dura
este sentimento apercebido cedo
e em ti esqueço o eterno medo..
Vomitado por saenima às 22:27 0 reacções
the songs in my head
the cars swerve by me
i´m lost and free
in the absence of dreams
i found serenity
found peace and comfort
deep within oblivion
i´d never thought it
just had to find me
fields of emptiness
surround my mood
and there´s not a chance
anything will ruin
this reel of becoming
the wretch i became
won´t ever find me here
this space of neon blank
is mine and thoughts free
tall lights of dark
still linger about
but the moment i wake
for the empty i´ll shout
fields of emptiness
surround my mood
and there´s not a chance
anything will ruin
this reel of becoming
all the songs i hear in my head
are within me since i was dead
the moment i wake up from life
once again they´ll be there
and the music plays on my birth
the words wake me from slumbers
feelings disappear just when
inside comes creeping death
Vomitado por saenima às 16:05 1 reacções
all our time disappeared
the one paradise we lost
won´t come back anymore
we knew we had to be strong
but choices became so wrong
we fell prey to the anger
buried deep in our hearts
and all the hunter´s envy
doomed us from the start
so don´t come whispering
words i don´t wanna hear
all our time disappeared
in the mire of our fears
the paths now that we choose
will stray us from our loss
and the memories we lose
will act as a sour cost
the salted seas left behind
and the candy left in you
will be nourishment enough
to overcome being the fool
so now don´t come restoring
portraits i don´t wanna see
our time has disappeared
along with broken dreams
distance became such
an easy burden to bear
Vomitado por saenima às 15:17 0 reacções
sem título
és a chama que me alumia a alma
bêbeda nessa calma
tresloucada de opiácea alegria
que contagia
e devaneia
e este fogo ateia..
Vomitado por saenima às 13:31 0 reacções