22 de abril de 2007

velocidade terminal

o tédio ultrapassa a vontade de viver,
a inultrapassável negação do ser,
a insustentável letargia de não viver,
atrai-me a volúpia do morrer
lenta e graciosamente,
numa renúncia clemente
à violência demente
que domina tanta gente.

a velocidade terminal
termina esta vida banal.
morro-me nos braços
pois esqueci já teus traços.

o ódio destila-se, incessante
o homem ignora, pedante
ignora-se a si próprio
fá-lo sentir mais forte.
foste tu que pediste
a morte dos pedintes?
foste tu que sonhaste
a antítese de marx?

velocidade terminal,
agarra-te à vida banal.
morres sem porquês,
tu é que não vês.


arquivo 2004

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