22 de abril de 2007

noite familiar

noite familiar
nesga de escuridão que me afaga
à medida que estas luzes se apagam
noite familiar em almada
igual a outras, iguais a tantas outras
voltam sempre para me afogar
neste final de tarde escarlate
carmim como o interior
que se afunda em mais dor (sempre mais dor)
em constante xeque-mate
ao pensamento lógico
incessante relógio
que teima em correr
numa fuga para trás
que nada de novo traz
até morrer o sentir
e matar o pensar
apenas divagar
afogar-me nesse mar
de lassidão
e escuridão
sem regresso


arquivo 2004

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