as cores devaneiam pelo meio do álcool
e não me abandona esta sensação
de entorpecimento permanente
reflexo óbvio do abuso da introspecção
alterada pela substância dionisíaca
as cores viajam pelas nuances
e ensinam-me novas palavras
para as descrever no monólogo
as cores preenchem-me o olhar
fechado sobre si próprio
não sem apelos variados à comunicação
menos monocórdica
e menos suja de discórdia
entre verdades aceites e não aceites
as cores dançam porque é isso que elas sabem fazer
entre o som e o silêncio elas encontram o seu rumo
sem o ter perdido..
as cores conhecem-me bem
longas são as histórias partilhadas
em carnavais e funerais
imaginados ou apenas reais
sempre têm palavras para mim
nem sempre as que procuro
mas sempre as que perdi
as cores vão morrendo na névoa
picam o ponto e dão o seu lugar
aos cinzentos
que também são cores mas menos livres
sindicalizadas sem direito a loucuras
as cores abandonam-me
na altura em que mais necessito
que me abandonem
sem me sussurrarem adeus
mas até já
as cores ficam sempre
mesmo depois de partirem
fazem-me parte delas e nelas já tanto vivi..
5 de agosto de 2007
preto e branco a cores
Vomitado por saenima às 20:10
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário